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Início ›Quilombo Santa Rita do Bracuí inaugura terceira parte da exposição Passados Presentes
Por Gabriela Moscardini e Matheus Bibiano
26/11/2015
Em um sábado inteiro de festa foi comemorada a inauguração da exposição Passados Presentes no Quilombo Santa Rita do Bracuí, em Angra dos Reis. Assim foi no dia 14 de novembro de 2015: indígenas, capoeiristas, quilombolas e jongueiros, juntos, celebraram mais uma conquista que marca a luta histórica de uma comunidade negra por reparação e pelo direito de contar a sua própria história. A memória da escravidão articula o passado ao presente e atualiza lutas da comunidade por garantia de direitos.
No Bracuí, o Projeto Passados Presentes conta com uma exposição a céu aberto e com um roteiro que passa por diversas áreas do Quilombo. São dez pontos que percorrem o Rio Bracuí, desde a Capela de São José, passando pelo Memorial/Casa da Marilda, até a Cachoeira da Corda. A inauguração da terceira parte do Projeto Passados Presentes é o resultado de anos de pesquisa da história oral contada pelos moradores mais antigos da região.
Marilda de Souza, griot e mestre jongueira do Quilombo do Bracuí, falou com emoção na abertura da exposição sobre a importância de ouvir os verdadeiros historiadores — aqueles que carregam a história e a memória do que aconteceu consigo e com seus antepassados a fim de guardar e proteger a memória que, muito mais que individual, faz parte da memória coletiva e local.
Além de Marilda, falaram também as historiadoras Martha Abreu e Hebe Matos, idealizadoras do projeto desenvolvido pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI|UFF), em parceria com a comunidade, e com patrocínio da Petrobrás; Elaine Monteiro, coordenadora do Pontão de Cultura do Jongo|Caxambu, da Universidade Federal Fluminense; Angélica Souza, liderança do Quilombo do Bracuí; Toninho Canecão, liderança do Quilombo São José da Serra - que também recebe a exposição Passados Presentes; Maria de Fátima, a Fatinha, liderança de Pinheiral - comunidade jongueira que, assim como o Quilombo do Bracuí e de São José da Serra, está com a exposição permanente concluída na região; e Délcio Bernardo, diretor da Fundação Municipal de Cultura de Angra dos Reis (CULTUAR).
Ao anoitecer, a festa de inauguração se encerrou com roda de Jongo com as comunidade jongueiras presentes e fogueira.